Incentivo à Leitura Para Crianças
A RIA deseja contribuir na formação de leitores atuando diretamente com as crianças ou compartilhando experiências com educadores e pais. Estamos atuando em duas frentes:
- Contação de histórias para crianças, usando uma técnica japonesa chamada kamishibai.
- Encontros de pais e educadores para promover o interesse da criança pela leitura.
1. Contação de histórias com o kamishibai
A RIA traz para as crianças o mundo poderoso das histórias de um jeito diferente. Usamos a técnica japonesa de contar história chamada kamishibai, que significa “teatro (shibai) de papel (kami)”, em japonês. No kamishibai, as histórias são contadas por meio de desenhos ilustrados em cartões sequenciais. Eles são apresentados dentro de um palco de madeira.
Acima temos uma contação de história com Kamishibai no Cei. Prof. Benjamin Antonio Salles Arcuri, contada por Helen Campos.
Yumi Isuyama é uma entusiasta da técnica japonesa kamishibai por considerá-la muito eficiente, utilizando-a para contação de histórias nos Estados Unidos. (Saiba mais sobre a contação de histórias com kamishibai na página “Por Que Contar Histórias Usando o Kamishibai”. )
Yumi recorda sua infância, quando o seu coração começava a bater forte ao ver a portinha do palco se abrir no início da contação da história. Essa é a emoção que ela e a equipe da RIA desejam que crianças em creches, escolas, bibliotecas, abrigos, ou qualquer outro local, possam experimentar.
Aqui no Brasil tivemos uma experiência de muito sucesso na aplicação dessa antiga técnica japonesa de contação de histórias. Enquanto a professora Reiko Isuyama trabalhava no programa ReAção, nas escolas da rede pública da cidade de Guaratinguetá, descobriu que havia uma necessidade muito grande de despertar nas crianças o interesse pela leitura. Reiko e Yumi, ao recordarem as suas próprias experiências com o kamishibai quando crianças, decidiram usá-lo.
Os professores reportaram que as crianças que foram expostas às histórias de kamishibai desenvolveram o interesse e começaram a pedir livros para ler antes que os professores fizessem essa sugestão. Esse experimento confirmou o poder universal desta forma de contar histórias e fortaleceu o desejo da equipe da RIA em continuar a promover a leitura usando kamishibai.
Atualmente, realizamos semanalmente contação de histórias em uma creche utilizando vários formatos. Iniciamos a experiência de contação com o Kamishibai e a receptividade tem sido excelente na faixa etária que trabalhamos. Nossa intenção é distribuir entre as crianças as histórias lidas em formato de livretinhos, para que eles possam ser lidos por seus pais. Ansiamos que isso sirva de estímulo para leitura em família e também como uma retomada de contato com a leitura para os próprios pais.
2. Encontros com pais e educadores
Tomando parte de uma organização sem fins lucrativos norte-americana chamada Raising a Reader Massachusetts [http://raisingareaderma.org], Yumi organizou encontros com os pais de famílias que não têm o hábito da leitura para ensinar maneiras de compartilharem livros com os seus filhos, potencializando o impacto no desenvolvimento cognitivo e emocional deles, mesmo quando os pais não sabem ler. [http://raisingareaderma.org/stanthonysofeverett/]. A organização oferece encontros em escolas, igrejas e centros comunitários para famílias em situação de vulnerabilidade social.
Estamos preparando encontros semelhantes no Brasil, com o conteúdo adaptado para a realidade brasileira. Buscamos trabalhar diretamente com as famílias em comunidades ou com educadores que possam atuar junto às crianças em bibliotecas, creches, escolas, abrigos e centros comunitários. O grande objetivo é promover o interesse efetivo da leitura entre nossas crianças.
Se você quiser conhecer mais sobre o kamishibai e a nossa iniciativa, entre em contato conosco. Será um prazer compartilhar ideias e explorar possibilidades de trabalharmos juntos.
Conheça as duas idealistas e entusiastas desta iniciativa:
-
Helen Campos
Helen Campos é contadora de histórias, formada em Letras pela Universidade de São Paulo e Pós-graduanda em “A arte de contar histórias e suas abordagens poéticas, literária e performática”. É apaixonada por livros e histórias. Adora estar com pessoas e viajar. Quase “sai do chão” quando conta histórias e vê os olhinhos brilharem... Sejam eles de qualquer idade. Estuda com grande entusiasmo a contação com kamishibai. Também faz mediação em grupo de discussão sobre a maternidade. É mãe do Otto e do Theo, seus grandes orientadores na percepção do imaginário infantil. -
Júlia Miguel
Júlia Miguel, formada em psicologia e psicopedagogia, é educadora social e realiza oficinas de educação e cidadania com crianças em situação de vulnerabilidade social. A mediação de leitura é um recurso utilizado por ela para trabalhar temas importantes de maneira lúdica, além de possibilitar a criatividade e a ampliação de repertório da criança. As experiências vividas nas oficinas ajudaram a perceber que a leitura contribui, também, para resolução de conflitos e contato com o mundo interior das crianças. Ela faz parte daquelas que acreditam no poder da leitura para transformação do ser humano e do quanto essa ação permite a ampliação do potencial criativo.