A Formação e a Atuação Acadêmica
Reiko Kobashi, ingressou no curso de Química do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, em 1955, ainda estabelecido na Alameda Glete, na região central de São Paulo. Conheceu brevemente o Professor Heinrich Rheinboldt, integrante da delegação estrangeira chamada para dar início a vários cursos quando a USP foi fundada, em 1934. Rheinboldt faleceu súbita e prematuramente, no final de 1955. Reiko teve outros grandes professores, notadamente Paschoal Senise, aluno da primeira turma de Química, Ernesto Giesbrecht e Geraldo Vicentini, pelos quais sempre mostrou grande apreço.
Em 1958, Reiko se formou e, apesar de convites para seguir carreira na USP e no ITA, optou por trabalhar na Rhodia, com melhor remuneração, para ajudar a família imigrante do Japão, economicamente desfavorecida. Depois de se casar, afastou-se de atividades profissionais, dedicando-se ao cuidado dos filhos, Sadao, Kenji e Yumi. Passou algum tempo na Argentina, acompanhando o marido e, no início da década de 1970, mudou-se de novo para São Paulo. Nessa época, seus filhos já estavam na escola e ela decidiu voltar ao que então já era o Instituto de Química da USP, que, em 1966, havia se mudado da Alameda Glete para a Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, na zona oeste de São Paulo e se tornado uma unidade da USP, em virtude da reforma universitária ocorrida em 1969. Seus objetivos eram despretensiosos, visando apenas um estágio num laboratório, mas Vicentini sugeriu fortemente que ingressasse no programa de pós-graduação, recém-estruturado com a reforma universitária. Reiko começou a trabalhar sob a orientação de Vicentini, num projeto que envolvia medidas de difração de raios-X de alguns complexos metálicos. Essas medidas requerem longos tempos de exposição das amostras aos raios-X e, naqueles anos, eram bastante dificultadas pelas frequentes quedas de energia elétrica que ocorriam no Instituto de Química. Posteriormente, numa viagem de visita a parentes no Japão, Reiko teve a oportunidade de conhecer o Institute of Scientific and Industrial Research da Universidade de Osaka. Lá trabalhou com os doutores H. Horiuchi e N. Aikawa, obtendo fotografias de precessão de suas amostras em minutos, enquanto as medidas de raios-X, com o equipamento disponível na USP, demoravam cerca de 10 horas. Ela defendeu sua tese de doutoramento em 1975, com o título Compostos de adição entre percloratos de ítrio e lantanídeos (III) e N,N,N',N'-tetrametiladipamida (TMAA).
Reiko foi contratada pelo Instituto de Química da USP enquanto realizava seu doutoramento, inicialmente como Auxiliar de Ensino, passando para o cargo de Professora Doutora após a defesa de sua tese. Lecionou disciplinas de Química Geral e Química Inorgânica, em grande parte para os alunos de engenharia química da Escola Politécnica da USP.